Entre ficções de produção nacional, como Ilha dos Amores, Doce Fugitiva e Morangos com Açúcar, intromete-se desde Maio, na guerra das audiência, uma novela da vida real de contornos ainda pouco definidos: a intriga é do foro judicial (área que nos últimos anos ocupa boa fatia dos serviços noticiosos) e tem protagonistas britânicos. Tudo gira em torno do desaparecimento de uma criança. Rapto ou homicídio? Os pais serão mártires ou carrascos? Existirá uma componente de intriga internacional? A estas e a outras inquietações procuram responder especialistas - advogados, psiquiatras e sociólogos, criminalistas... - em telejornais, debates e fóruns que apaixonam e moldam a opinião pública.
Capítulo após capítulo, a trama vai-se adensando e assistimos a reviravoltas que geram piruetas nas consciências individuais e colectivas.
Confesso que não acompanho uma telenovela desde os tempos de Explode Coração, mas agora encontro pelo menos uma vantagem nas produções fictícias: estas têm um horário reservado na grelha e já não suscitam as conversas de café de outrora - enquanto que o "Caso Maddie" é inevitável de tão omnipresente, em horário nobre, jornalístico e de variedades...
1 comentário:
O mediatismo em torno deste caso é realmente fora de série e muito estranho...a pergunta fundamental que me ocorre desde o início deste caso é simplesmente porquê esta família específica? Por ano desaparecem milhares de crianças em todo o mundo, porquê dar esta importância "telenovelesca" a esta criança em particular?
O que é facto é que se o objectivo era sensibilizar a opinião pública, personalizar o caso, dando-lhe emoção e empatia, foi mais do que conseguido, o mundo inteiro está atento. Se isso ajuda a encontrar a criança, caso esta tenha sido mesmo raptada, duvido...
Se são culpados ou não, a ver vamos, mas que tudo isto é estranhíssimo desde o início, isso é certo!
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